LINK para condividir: https://hanglberger-manfred.de/pt-wandlung.htm

HOME

 

Os cristãos acreditam na transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Jesus, na celebração da Eucaristia.

Como isto deve ser entendido?

Pão e vinho são "frutos da terra" e como tal, representam toda a terra e o cosmos do qual a terra surgiu. Portanto, o pão e o vinho não são apenas símbolos da criação, eles a fazem presente no altar.

Ao pão e ao vinho - e portanto à terra e à criação - disse Jesus na Última Ceia: "Este é o meu corpo, este é o meu sangue".

Como mostram os Evangelhos como um todo, Jesus se sente profundamente pertencente e ligado à terra. Ele diz SIM à sua existência humana neste mundo e diz SIM à sua pertinência à grande comunidade da natureza terrestre.

 

Ele se alegra com os lírios do campo e com as aves no céu, ele busca o silêncio da natureza para rezar. Ele assiste a uma celebração de casamento como convidado e está feliz por ser convidado para jantar.  A sua 'encarnação' não é apenas um evento biológico, mas um tornarsi fonte e vinculo terreno da criação de Deus com todo o ser humano.

Veja a pintura de meditação "Cristo Cósmico – Homem Cósmico" de Hildegarda de Bingen >>>

 

Na celebração da Eucaristia, nós cristãos somos convidados a pronunciar interiormente as palavras de Jesus "Este é meu corpo, este é meu sangue" e a compreender existencialmente seu significado:

 

Conhecer-nos profundamente ligados à terra, à criação de Deus e à humanidade.

 

(ver: As primeiras frases do documento do ConselhoGaudium et Spes“:

“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. … Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história.”)

 

No ato de receber a comunhão, expressamos fisicamente este vínculo espiritual-emocional e professamos publicamente esta realidade e comportamento valoroso.

 

Portanto, para os cristãos é uma questão de amar a terra de um justo modo, colegando-se profundamente a ela, deliciando-se dos seus frutos com alegria e prazer  e regorjisando-se da beleza da natureza - mas também protegendo a terra e as suas criaturas e preservando o seu habitat. O homem - designado por Deus - deve ser um zeloso e enamorado administrador da terra e ver a humanidade como uma "família de povos" na qual moldar uma coexistência justa e pacífica.

 

A celebração da Eucaristia é iguamente um "rito de pertinência" do ser humano à grande comunidade da vida, da natureza, da humanidade e de Deus; pois Deus nos revelou em Jesus a sua própria conexão conosco, seres humanos e com nosso mundo, e nos convidou e nos capacitou a reconhecer esta conexão e também a realizá-la nós mesmos em amorosa responsabilidade.

Tomar o corpo e o sangue de Jesus como alimento é, portanto, um ato de união com Jesus Cristo, o "Filho de Deus" e um rito de consciência de nossa dignidade divina como "filhos e filhas de Deus". Ao mesmo tempo, é um rito de união com Jesus Cristo, que é uno com a criação e a humanidade.

 

A "transformação" do pão e do vinho ocorre através das palavras de Jesus "Este é meu corpo, este é meu sangue" e nossa transformação interior ocorre através de nossa compreensão espiritual destas palavras.

Assim, não vemos mais apenas um pedaço de pão e um copo de vinho sobre o altar, mas vemos toda a criação presenteada, com a qual Deus se mostra profundamente conectado. Então, celebramos não apenas a presença de Jesus e de Deus no altar, mas o acontecimento da encarnação, a encarnação de Deus em Jesus Cristo e a conexão de Deus com sua criação, que estamos prontos para compartilhar na recepção da eucaristia.

 

Desta forma, a celebração da Eucaristia pode nos abrir para descobrir, na nossa vida diária e na nossa percepção da criação, o amor universal e vivificante de Deus fluindo para nós, e para reconhecer a nossa profunda conexão com toda a criação, no "corpo e sangue de Cristo", no altar.

 

Por esta razão, "a Aliança de Noé", que foi de uma forma abandonada pela Igreja, deveria também ser reintegrada na celebração eucarística: >>>

 

Manfred Hanglberger (www.hanglberger-manfred.de)

Traduzido por: Ana Maria Mascarello

LINK para condividir: https://hanglberger-manfred.de/pt-wandlung.htm

A celebração da Eucaristia: Celebração da “Nova Aliança"

Páscoa: Por que Jesus foi condenado a morte e crucificado?

Efeito redentor da morte de Jesus na cruz

HOME