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Exercícios para a terapia do estresse emocional adquirido durante a infância (3)

 

Um forte estresse emocional pode ser causado  por experiências derivadas da convivência com os pais na infância e adolescência.

Há três causas de diferentes dores mentais que devem ser consideradas, e cada uma exige diferentes ritos para a reabilitação.

 

Três causas diferentes de dor psíquica:

 

1. Porque você não recebeu atenção, cuidados e presentes suficientes de seus pais.

(Pouca afetividade, cuidado e atenção: pouca satisfação emocional)

Rito terapêutico: >>>

Aceite que recebeste a vida dos seus pais e faça a menos do que lhe foi negado: veja abaixo esta subdivisão.

 

2. Porque você foi ferido, humilhado e abusado por seus pais.

(Afetividade e convivio  humilhantes: Ultrapassando limites emocionais: feridas psíquicas)

Rito terapêutico: >>>

Aceite que recebeste a vida dos seus pais e seja capaz de se protejer.

Proteja-se de projeções dolorosas de seus pais.

 

3. Porque você foi forçado a desempenhar um papel de protetor de seus pais ou  lhe foi atribuido o papel de protetor, inadequado a sua idade.

(Excessiva responsabilidae : perda da infância e adolescência: muito cedo aceitou um papel de adulto)

Rito terapêutico:

Aceite que recebeste a vida dos seus pais e diga adeus para ao comprometimento como protetor.

 

Algumas pessoas sofrem, não só de uma das causas de dor aqui elencadas, mas de duas ou até mesmo de todas as três causas. Como resultado, os ritos terapêuticos também precisam ser combinados ou realizados um após o outro.

 

 

No ponto 3.:

“Aceite que recebeste a vida dos seus pais e diga adeus para ao comprometimento como protetor”

Porque você foi forçado a desempenhar um papel de protetor de seus pais ou  lhe foi atribuido o papel de protetor, inadequado a sua idade.

(Excessiva responsabilidae : perda da infância e adolescência: muito cedo aceitou um papel de adulto)

 

 

O seguinte "rito" consiste em seis elementos:

 

1. Aceitação que vida venha dos pais

2. Renúncia ao papel inadequados de ajudante

3. Aceitar a vida da "Mãe Natureza"

(para as pessoas que acreditam que Deus  é fonte de vida)

4. Solidariedade com a grande comunidade da natureza

5. Descubrir e afirmar a própria originalidade

6. Responsabilidade para com a comunidade da natureza:

Encontre a sua vocação e seu lugar no mundo.

 

Se é possível, coloque a sua cadeira com o encosto girado verso a maior  janela existente na sala, de onde  se possa olhar através e ver a natureza.

Na frente desta cadeira, outra cadeira é posicionada para acomodar simbolicamente o pai/mãe que lhe maltratou, para que ele fique de frente para você.

 

Enquanto você estiver  sentado na sua cadeira, poderá ajustar a sua preferência a distancia das cadeiras dos pais.

Aqueles que desejam, podem colocar símbolos nas cadeiras dos pais, ou suas fotos, para favorecer a conscientização da presença e do contato com eles.

Se o comportamento dos pais foi muito diferente entre eles, é necessário fazer esse rito uma vez para a mãe e outra vez para o pai. Às vezes é suficiente  fazer o exercício só com o pai/mãe que foram a raiz do seu problema.

 

1. Aceitação de que a  vida foi recebida dos pais

 

Sentado em sua cadeira, mantenha as duas mãos abertas em direção a seus pais e puxe para si  a própria vida e tudo o que recebeste deles em termos das coisas necessárias, gratificantes e valiosas:

(O texto a seguir, se necessário, deve ser adaptado à sua própria experiência!)

 

"Queridos pais (querido pai, querida mãe), a vida fluiu de vocês para mim, sem vocês e sem suas relações reciprocas eu não existiria. Eu, conscientemente, aceito meu corpo e a minha vida como “um todo”, com vocês!

E tudo o que  me deram ao longo da minha infância e adolescência, em termos de subsistência, vestuario, acomodações e afeto espiritual e material, enfim, tudo o que era necessário para mim  crescer e me tornar uma pessoa independente, agora, conscientemente,  eu associo com vocês."

 

2. Renúncia ao papel inadequados de ajudante

 

Você pode ser persuadido a atuar como um auxiliar ou ajudante dos seus pais ou por um dos pais. Se como uma criança, você pode se sentir sozinho e precisar de seus pais ou de um deles, você assumirá no jogo, a posicão de ajudante, por sua própria iniciativa.

 

Os principais problemas que podem surgir são os seguintes:

 

1. Se, quando criança, você sacrifica a sua infância e sua adolescência em uma função de auxiliar; mais tarde você tenta, inconscientemente, recuperar a sua infância e a sua adolescência.

2. Esta recaída no comportamento da infância e da adolescência cria conseqüências nas expectativas em relação ao parceiro e a outras pessoas que podem provocar, por exemplo, conflitos de casal desagradáveis.

3. Além disso, podem surgir sentimentos de inferioridade e medos de um fracasso.

 

4. Também é possível o oposto: o surgimento de uma arrogante superestimação de si mesmo e o desprezo associado aos outros.
(As pessoas arrogantes não costumam procurar ajuda terapêutica!)

5. Uma vez que você assume um papel proeminente como ajudante em substituição dos pais, que são considerados como crianças carentes, voce começa inconscientemente a desprezar os pais. Este desprezo pode ser, mais tarde, transferido para outras pessoas, especialmente á pessoas de autoridade (superiores, políticos, etc.).

Positivo: 
Estas pessoas podem reconhecer a debilidade de outras pessoas ou a ineficiência em organizações e propiciam elementos para inovações e melhorias de todos os tipos;
Negativo:
Essas pessoas podem se tornar muito contrariadas com os seus superiores e com outras pessoas e podem se aborrecer em qualquer lugar, tornando si mesmas e os outros infelizes.

 

6. Uma vez que os pais continuam a viver, de uma certa forma, dentro de cada pessoa, o desprezo inconsciente aos pais tráz à insegurança interior e à insatisfação consigo mesmo.

 

7 .As pessoas com estas experiências na infância podem se desequilibrar, oscilando entre um comportamento responsável e  prudente por um lado (no papel de ajudante) e um comportamento infantil  e superficial, por outro lado ( causa da recaída, depois de adulto, no comportamento infantil).

 

8. Estas pessoas geralmente procuram um parceiro estruturado e psicologicamente semelhante a si mesmas e depois desenvolvem um "relacionamento oscilante" que se alterna entre domínio e necessidade do parceiro.

 

 

Muitas pessoas afetadas têm dificuldade em conceber o problema desda infância, porque eram emocionalmente comprometidas com as suas memórias de criança, inquanto se sentiam muito eficientes como "ajudantes".

Mas outras pessoas se lembram de como se sentiam sobrecarregadas durante a infância e o quanto elas sofreram com pais problematicos.

 

Questionamento terapêutico:

 

Eu olho para os pais (nas cadeiras) e penso nas coisas  que lhe faltavam ou que faltam, e no porque do sofrimento deles, ou no que os tenha ferido ou sobrecarregado durante as suas vidas (possivelmente na infância).

Depois sinto intimamente como tentei apoiar os meus pais (ou um dos pais) e estar perto deles (ou dele) de uma forma compassiva ou como, durante a infância e a adolescência, eu desisti das fases de recuperação para não confundi-las. Eu não queria ser um peso para eles e tentava não ser um peso para eles, para não causar-lhes mais sofrimento emocional.

Talvez fosse por isso que eu quisesse ser uma criança simples e feliz, obediente e sempre disposta a ajudar - evitando qualquer conflito ou tensão com os meus pais?

 

Comunicação terapêutica:

 

Caros pais, não é de minha responsabilidade cuidar do seu bem-estar espiritual. Para fazer isso, vocês têm que se ajudar um com o outro, ou, se não o fizerem, vocês têm que consentir a vocês mesmos de serem ajudados por outros adultos.

Não sou eu o seu terapeuta ou pastor, não me coloco acima de você, mas respeito vocês como os mais velhos, através dos quais tem fluido a minha vida. Eu sou seu filho, aceito minha vida de vocês e os respeito como  mediadores de Deus e como mediadores da natureza para minha existência.

O que recebo de vocês, eu transmito aos outros ou uso para o benefício de outros.

 

“Transmissão", não "restituição” é a lei da alma na relação entre pais e filhos.

 

Portanto, eu não aceito mais a responsabilidade de tomar conta do seu  bem-estar espiritual e  lhes devolvo esta tarefa. Se vocês me pedirem  para ajudár-lhes a organizar um acompanhamento psicologico externo adequado; porque vocês não são mais capáz de fazê-lo, então eu atenderei o seu pedido.

Quando meus pais se tornam necessitados na velhice, é meu trabalho, como filho, cuidar adequadamente do seu bem-estar externo, mas não quer dizer que eu seja responsável pelo significado das suas vidas.

Assim como não é permitido aos pais organizarem um sentido para a vida dos filhos; as crianças não podem ser responsáveis pelo significado da vida de seus pais, mesmo que eles estiverem esperando isso. Isso seria um desprezo ao reconhecimento da originalidade e, portanto, da dignidade dos filhos  e causaria a rejeição aos pais, consequente de quando  uma pessoa não assume a devida responsabilidade por si mesmo.

Pela dor da minha infância e adolescência sacrificada, farei um trabalho de luto através do reconfortante "diálogo com a criança interior" reelaborando e alcançando um progresso no caminho da descoberta do meu ser.

 

Em caso de solidariedade com um dos pais, em confronto ao outro pai:

 

Um papel particular, mas frequente, no caso da criança ajudante, é a solidariedade que cria com um dos genitores contra o outro.

O genitor que necessita de apoio é o mais fraco, que não pode se afirmar contra o outro genitor dominante. A parceria desses pais é, portanto, caracterizada por uma grande desigualdade. Na maioria dos casos, a matriz dominante é desconsiderada e desprezada pelo genitor mais fraco e pela criança, em simpatia com o genitor mais fraco.

 

A tarefa inerente a esta situação é aceitar que a própria vida provêm dos pais,  mas desconsiderar e renunciar à solidariedade de apoio ao genitor necessitado contra o genitor dominante.

As vezes existe um outro problema em que o genitor mais fraco si mostra extremamente indignado e magoado se você aceita a sua vida, como um filho adulto, do genitor dominante, mesmo desaprovando, mas mostrando-lhe respeito.

Nessas circunstâncias, algumas pessoas são incapazes de desistir do seu papel de ajudante, como demonstração de solidariedade unilateral ao genitor mais fraco.

 

 

3. Aceitar a vida da "Mãe Natureza"

(para as pessoas que acreditam também que Deus é fonte de vida)

4. E sentir-se unido com a grande comunidade da natureza

 

Então você vira a cadeira e olha pela janela, em direção à natureza. Se a janela não oferece uma visão da natureza, você imagina uma vasta e bela paisagem natural. Mais tarde, a paisagem natural real vai ser  procurada e esta última parte do exercício é repetida internamente.

 

Não sou só o filho dos meus pais. A grande mãe natureza produz a vida e a nutre e lhe dá ar para respirar.

Sei que estou conectado e que pertenço à grande comunidade da Mãe Terra.

 

Possível formulação para as pessoas religiosas:

 

Não sou só filho dos meus pais. Fui desejado e concebido pela fonte de toda a vida e a fonte de todas as forças que afirmam a vida, que muitas pessoas chamam de "Deus".

"Deus" agora olha para mim com amor e benevolência. Sou totalmente e incondicionalmente

aceito por ele. Ele diz SIM à minha existência e me dá a consciência da minha dignidade absoluta e do direito de existir, independentemente de como as outras pessoas me vêem e me julgam, independentemente do que eu tenha me tornado através dos meus pais.

"Deus" tornou minha existência possível através do longo desenvolvimento do universo e do longo desenvolvimento da vida nesta terra.

Através da grande "Mãe Natureza" que gerou a diversidade de tudo o que é vivo,

deu a mim,  a vida, também.

Então eu sei que estou conectado e faço parte da grande comunidade desta Terra. Eu sou um "filho de Deus" e  filho da "Mãe Terra" e eu posso me desenvolver mentalmente e psicologicamente e

crescer em todos os sentidos, a fim de moldar a minha vida de forma independente e responsável - em comunhão com a grande comunidade de todos os seres vivos.

 

5. Descubrir e afirmar a propria originalidade

 

Sou filho da Mãe Terra e conheco a minha originalidade e singularidade.

Sou um trabalho maravilhoso da natureza. Ninguém me conhece completamente e complesivamente.

Eu mesmo assumo esta viagem de toda a vida para  me entender melhor, reconhecer e desenvolver meus poderes e possibilidades físicas, mentais e emocionais.

Na minha originalidade, posso ser diferente de qualquer outra pessoa, até mesmo dos meus pais.

É por isso que meus pais nem sempre têm que me entender.

Minha razão de ser eo  meu bem-estar não dependem dos pensamentos, das expectativas ou das decisões dos meus pais.

Mas eu também nem sempre tenho que entender os meus pais – no entanto, eu os respeito como mediadores de vida para mim e aceito que minha vida vem deles e lhes dou um lugar no meu coração.

 

6. Responsabilidade para com a comunidade da natureza:

Encontrar a  sua vocação e seu lugar no mundo

 

Queridos pais, vocês estão atrás de mim, a vida fluiu de vocês. O que eu consegui de vocês, pode fluir através de mim (na minha relação com o meu parceiro/a, na minha família) para outras pessoas, e para o benefício e bênção da grande comunidade da terra com as pessoas, animais, plantas, elementos naturais, ...

Eu quero (ou?) encontrar meu lugar nesta comunidade da terra,(ou: eu encontrei o meu lugar nesta comunidade da terra ...) e eu gostaria de desenvolver minha originalidade e servir à vida nesta vida nesta vida nesta terra.

 

Fecho os meus olhos, espiro profundamente algumas vezes e deixo minha respiração fluir dentro de mim . Sinto, mais uma vez, a minha profunda conexão com a grande comunidade da terra. Então endireito meus braços e pernas e levanto.

 

Manfred Hanglberger (www.hanglberger-manfred.de)

 

Traduzido por Ana Maria Mascarello - https://www.facebook.com/ammascarello

 

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